Conteúdo organizado por Deborah Costa e Zuleica Ramos Tani em 2022 do livro Design Instrucional na Prática, publicado em 2008 por Andrea Filatro, pela editora Pearson Universidades.
Curadoria da Gestão de Projetos em Design Instrucional
A Curadoria pode ser considerada a etapa de busca de conteúdo, de ferramentas, de suporte para o projeto. É quando se realiza o mapeamento de todas as soluções existentes e o que já foi produzido para que se defina o que estará envolvido na produção de um novo curso.
O Designer Instrucional conhecedor do público-alvo, deve estabelecer o nível de habilidades e conhecimentos que os participantes devem possuir para garantir que o que eles já sabem não seja repetido e o que eles não sabem seja explorado.
A Curadoria integra depende da fase de análise, visto que é na análise que se mapeia todo o contexto inicial do projeto educacional. A Curadoria deve ser prevista após a fase de análise ter sido validada com a construção da matriz instrucional. Vale relembrar que, na fase de análise do design instrucional, busca-se entender o problema educacional e projetar uma solução apropriada. Isso é feito por meio da análise contextual, que abrange o levantamento das necessidades educacionais propriamente ditas e a caracterização dos alunos.
A fase de análise antecede a criação do projeto, resgatamos aqui para que você compreenda a importância deste levantamento para a definição das ações de Curadoria.
Para Filatro (2010) a fase de análise geralmente deve tratar das seguintes questões:
Nesta fase, também é importante determinar:
Parafraseando Nakano (2019) é importante destacar que a análise das necessidades de aprendizagem tem como objetivo levantar as demandas por educação de uma instituição, de um grupo ou de indivíduos. É relativamente comum ver cursos ou disciplinas em que as estratégias utilizadas, bem como as formas de avaliação, não condizem com os objetivos do aprendizado, resultando em cursos que divulgam promessas que não conseguem cumprir.
Em geral, isso acontece quando os objetivos educacionais não são bem definidos. E o que isso tem a ver com a curadoria? O trabalho realizado durante a curadoria deve pautar-se pelos objetivos que foram definidos no plano de curso e que foram depois trabalhados na matriz instrucional.
Partindo do fato que uma ação educativa é constituída por dois processos, de ensinar e aprender, dizemos que os objetivos educacionais também são divididos em dois: os objetivos de ensino e os objetivos de aprendizagem.
Tanto os objetivos de ensino como os de aprendizagem devem ter o mesmo intuito: suprir as necessidades dos alunos e seus interesses de acordo com sua realidade. Contudo, um representa a forma como o conteúdo e o professor ou o tutor irão trabalhar e o outro representa o que o aluno irá adquirir no curso ou disciplina em termos de conhecimentos, competências, habilidades, valores e atitudes.
De forma simplificada, os objetivos de aprendizagem são metas ou resultados propostos aos alunos para adquirirem determinados conhecimentos. Ou seja, os objetivos de aprendizagem indicam o que o aluno deverá ser capaz de fazer como consequência do seu aprendizado e em um determinado curso, assim os objetivos podem ser expressos em dois níveis.
É importante destacar que os objetivos gerais são necessários na fase de análise, quando se faz o mapeamento do contexto da aprendizagem, e os objetivos específicos, que são relacionados às unidades de aprendizagem ou aulas, são definidos na fase de design ou desenho do curso.
Para a realização da curadoria, é importante a identificação do público-alvo. Conduzir a análise do público-alvo é um passo crítico para a curadoria que servirá de base para o desenvolvimento do material que irá compor o curso ou treinamento. O conhecimento das características desse público é importante não apenas para fazer a escolha do modelo de design instrucional a ser adotado, como também para determinar a escolha de mídias em que o material didático será disponibilizado, a escolha do ambiente de aprendizagem, a interface com o usuário, as ferramentas de comunicação, a linguagem utilizada em sua estrutura de suporte e tutoria etc.
Assim, faz parte da fase de curadoria validar o perfil dos alunos levantados na fase inicial de análise, e é dever do designer instrucional responder às perguntas antes de prosseguir:
A partir dessas respostas, o trabalho de curadoria exige a busca de instrumentos, de ferramentas, de videos, de textos, de ilustrações, e de elementos gráficos que permitam que a linguagem utilizada seja coerente com a comunicação e que dê suporte e motivação tanto para os alunos como aos professores / tutores que irão acompanhar os alunos no desenvolvimento de suas atividades. A ação da curadoria é caracterizada pelo levantamento do que já existe e foi produzido em projetos anteriores, pela pesquisa por novos recursos, pela avaliação da qualidade e da adequação desses recursos ao projeto, pela escolha dos componentes a serem inseridos. Todas essas ações têm como foco criar uma experiência que leve o aluno a uma aprendizagem significativa.
CURADORIA DIGITAL DE CONTEÚDO EM EAD EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
Disponível em: https://bit.ly/am789g. Acesso em 20/03/2025.
Em síntese, a curadoria atua na estrutura de pesquisa e desenvolvimento de ferramentas do design instrucional e integra as ações coordenadas pela Gestão de Projetos. A pesquisa realizada durante a curadoria vai além do mapeamento de sites e aplicativos, visa atender às características e perfil do(a)s aluno(a)s para levá-los a alcançar a aprendizagem, conforme desenhado nos objetivos.
Referências
Bibliográficas
Filatro, A. (2020). Design Instrucional na Prática. Pearson Prentice Hall.
Nakano, Natália (2019). Princípios do Design da informação na Curadoria Digital de Ambiente Virtual de Aprendizagem sob a perspectiva da Ciência da Informação. Tese de doutorado Universidade Estadual Paulista (UNESP). Marília. Disponível em: https://bit.ly/anv659vfg. Acessado em 09 de maio de 2024.
Palloff, R. M. e Pratt, K. (2013). O Instrutor Online: Estratégias para a excelência profissional. Tradução: Fernando de Siqueira. Porto Alegre: Penso.
Savioli, C e Torezani, G. (2020). Design Instrucional e Negócio Digital: Como planejar, produzir e publicar um negócio virtual educacional. Brasília: Clube de Autores.
Princípios de Design Instrucional - EDU621 - 3.5
Curadoria da Gestão de Projetos em Design Instrucional
Imagens: Shutterstock
Livro de Referência:
Design instrucional na prática
Andrea Filatro
Pearson Universidades, 2008